Autoestima – olhar sistêmico

Muitos podem ser os motivos pelos quais uma pessoa pode ter ou ficar com sua autoestima baixa, assim como pode ser uma condição passageira ou duradoura.
Esse sentimento pode ocorrer em momentos diferentes de nossa vida, seja na primeira, segunda infância e permanecer até a fase adulta ou pode passar, desaparecer com a mesma rapides que chegou, já em outras situações pode vir a ocorrer na adolescência ou ainda na fase adulta, após um incidente traumático, e da mesma forma que na infância pode desaparecer em seguida ou ir se agravando com o tempo, ir ganhando força e entrando em diferentes áreas de nossas vidas.

Quando se trata de um trauma, um incidente que nos causou profunda dor, mexeu com nossa essência, com nosso ego, trata se de algo mais fácil a ser detectado, como por exemplo, se na infância ou adolêscencia houve a ocorrência de bullying ou na fase adulta uma traição, um abandono do cônjuge, ou até mesmo um ganho de peso temporário, isso tende a ir se amenizando após tomado algumas medidas, as vezes simples como um novo corte de cabelo, uma viagem, um novo curso, iniciar uma atividade física, sair mais com os amigos, encontrar um novo amor e claro ter o apoio de um profissional, realizar uma terapia, entre outros.

Agora quando este sentimento, essa postura de retração, independente de ter se iniciado na infância, adolescência ou fase adulta não desaparece mesmo diante de muitas atitudes para solucionar a questão, sendo ainda somada a uma sensação de peso, pode se afirmar que existe uma questao sistêmica por trás deste sentimento (baixa autoestima, inferioridade, etc.).

Abaixo cito alguns exemplos sistêmicos que nos auxilia a compreender melhor, a lidar e modificar esta realidade:

criação muito rígida: neste caso quando a criança é tratada, educada de forma muito rígida pelos pais ou mesmo familiares, precisando ser a criança certinha, boazinha o tempo todo, sendo impedida de se manifestar, de expor seus sentimentos, medos, anseios e imaginações, trata se de algo que a traumatiza de forma muito profunda, gerando insegurança e medo em se manifestar, ela ira carregar isto para o resto de sua vida, caso não seja olhado e tratado de forma correta;

nao ter sido uma criança desejada: quando os pais não desejam mas ocorre a gravidez, a criança tende a ser vista como tal (não desejada), tende a não ser olhada, o que pode levar a um sentimento de profunda necessidade de introspecção, medo, insegurança e silêncio, aqui já na primeira infância a criança tende a se fechar, de forma a não incomodar os pais, a família, amigos e assim segue sua vida, predominando o desejo e o medo de não incomodar de forma alguma, de não chamar a atenção, “não causar” como costumamos ouvir muitas vezes;

estar identificado com um excluido do sistema familiar: pode acontecer de em gerações anteriores, por algum motivo alguém ter sido proibido de se manifestar, ou mesmo tenha sido obrigado a se calar, por exemplo por ter cometido algo que não foi visto com bons olhos pela familia, levando essa pessoa, por conta deste ato a ser excluida do sistema, levando um descendente a se rebelar totalmente para compensar o silêncio deste alguém que veio antes, ou pode vir ainda a repetir o seu destino, se calando também, carregando consigo o peso da vergonha e o segredo deste ancestral. Isso até que este excluido seja olhado com amor e respeito e seja novamente incluido no sistema familiar;

estar fora do seu lugar: sempre que uma criança ou adulto simplesmente esta fora de seu lugar dentro do sistema familiar ou identificado com alguém que veio antes, desrespeitando a Lei da Ordem (segunda Lei Sistêmica), essa pessoa certamente não terá forças para aparecer na vida, não terá forças para se manifestar, não terá forças para assumir sua própria identidade, tornando se fechada, insegura, sentindo se desconectada e com sua autoestima baixa;

desejar resolver algo grande que foi de seus ancestrais: muitas vezes quando a criança e adulto, insiste em se pôr como grande, maior que seus pais ou um outro ancestral, tentando resolver algo que foi vivido por eles, para eles, esta criança está tentando resolver algo que é grande demais para si e que certamente ela não irá conseguir. Ela investirá muita energia, porém sem sucesso, assim a criança ou o adulto, sofrerá as consequências por se pôr como grande onde é pequeno, ela irá sentir medo, fraqueza e baixa autoestima por querer resolver algo e não conseguir, ela se sentirá mal, sentirá que não serve para nada e assim não terá forças para se mostrar, para ser vista, para se posicionar na vida, para tomar o seu lugar no seu sistema familiar.

Ilma Estevam – Constelacao Familiar – Berlin
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